Ouça um trecho da entevista de Zé Elias diretor dos grupos Molambo Trampo e Venkenké e integrante do Corpo a Corpo.
"...aquilo era o começo do anos 80,
você não tinha aquela coisa da liberdade, ainda(...) estava em abertura... Existia todo um contexto, uma coisa difícil de você trabalhar. Na verdade você não tinha o espaço da cultura
aberto, isso era o grande detalhe naquela época, a cultura, o Departamento de Cultura era uma coisa
muito distante. Você tinha a Inajá
Bevilácqua, o Antonio Muller,
figuras que eram da alta cultura, todo o trabalho em Santo
André sempre foi muito forte na alta cultura. Tanto que o Salão (...), Salão de Artes Plásticas... eram coisas
fantásticas, traziam, tudo que era essa alta cultura, era brilhante forte. Tanto
é que hoje, eu acho que o Salão não tem (...) mais brilho do que tinha antes.
Então, naquele tempo não tinha nada, tinha que brigar. Não tinha verba, não
tinha Fundo de Cultura, você não
tinha absolutamente nada. E você tinha muito mais produções, porque as pessoas
não estavam preocupadas se iam ter verba do município, porque também para
algumas pessoas seria um absurdo pegar dinheiro do estado para criticar o
próprio estado..."
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