Adélia Nicolete publicou no Facebook em
15.08.2014
Na EE Dr. Américo Brasilense em Santo André.
Pedi a chave pro tio Antonio, o porteiro. Assim
que ele virou as costas, saí correndo pra tirar uma cópia. O medo e a culpa só
não eram maiores que o meu desejo de ficar pra sempre naquele lugar.
Fecho os olhos e me lembro da porta se abrindo devagar para o ritual diário - a escuridão abafada pelas cortinas de veludo vermelho. Posso ouvir o rangido das poltronas e o clec indiscreto de algumas delas, com a dobradiça frouxa. Sinto o cheiro de mofo da forração vagabunda que haviam colocado no palco. Era o teatro da escola e era só meu!
Aos poucos a diversão solitária deu lugar à contravenção coletiva. Íamos lá pra nos fingirmos de cantores, de atores, amantes. Amadores! Em pouco tempo formamos um grupo e pudemos usar oficialmente o espaço. Lá escrevi e dirigi minhas primeiras peças, sonhei em ser atriz. Sonhamos muito nos anos 1980!
Concluído o colegial, escrevi uma cartinha e tratei de escondê-la numa viga dos bastidores: voltaria anos depois para saber o que eu haveria feito de mim. Não, nunca mais voltei. (Estarão ainda lá a carta, o palco? )
Fechei a porta bem devagar, dei sumiço na chave e fui embora. Viver de teatro.
Fecho os olhos e me lembro da porta se abrindo devagar para o ritual diário - a escuridão abafada pelas cortinas de veludo vermelho. Posso ouvir o rangido das poltronas e o clec indiscreto de algumas delas, com a dobradiça frouxa. Sinto o cheiro de mofo da forração vagabunda que haviam colocado no palco. Era o teatro da escola e era só meu!
Aos poucos a diversão solitária deu lugar à contravenção coletiva. Íamos lá pra nos fingirmos de cantores, de atores, amantes. Amadores! Em pouco tempo formamos um grupo e pudemos usar oficialmente o espaço. Lá escrevi e dirigi minhas primeiras peças, sonhei em ser atriz. Sonhamos muito nos anos 1980!
Concluído o colegial, escrevi uma cartinha e tratei de escondê-la numa viga dos bastidores: voltaria anos depois para saber o que eu haveria feito de mim. Não, nunca mais voltei. (Estarão ainda lá a carta, o palco? )
Fechei a porta bem devagar, dei sumiço na chave e fui embora. Viver de teatro.
Sem palavras minha querida Adélia. Só saudades de você!
ResponderExcluirNemme lembrava que você havia publicado essa postagem, Samuel! Sim! O teatro em escolas foi um celeiro de artistas em nossa cidade. O Américo Brasiliense foi um desses espaços sagrados para nós! Um abraço!
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